sábado, 1 de dezembro de 2012

O FENÔMENO DA LEITURA ERÓTICA: ENTENDA O GOSTO E OS BENEFÍCIOS NA VIDA SEXUAL


"Estamos quebrando paradigmas", afirma especialista


Yuri Arcurs/ Stock Photo

Nas salas de espera de clínicas, dentro do metrô ou mesmo em pracinhas bucólicas, é fácil notar livros com capas sugestivas e leitoras com um leve sorrisinho no canto do lábio. Reflexo da expansão de um tipo de literatura até então pouco comentada: histórias eróticas feitas com foco nos desejos da mulher. E o sucesso foi mundial!

O mais conhecido dessa leva, “Cinquenta Tons de Cinza” (Ed. Intrinseca), de E. L. James, vendeu mais de 40 milhões de cópias nos Estados Unidos e ainda cunhou a expressão “mommy porn” (pornô para mamães, em português). Mas a lista não para por aí: “Crossfire”, de Sylvia Day (Ed. Paralela); “Loucamente Sua”, de Rachel Gibson (Ed. Jardim dos Livros); e outra lista de cinquenta itens, porém agora “de Prazer”, escrita por Marisa Bennett (ed. Best Seller) chegaram às livrarias. Com tantos títulos e sucesso é de se pensar porque eles estão fazendo tanto barulho nas prateleiras. O psicoterapeuta, terapeuta sexual e professor da Faculdade Santa Marcelina Breno Rosostolato explica esse fenômeno.


“Livros eróticos não são uma novidade, mas agora, em pleno século 21, eles se tornaram uma forma de quebrar socialmente os resquícios da época em que o sexo era sujo e pecaminoso. A sociedade de hoje consegue falar sobre esse tema de forma mais ampla”, afirma Rosostolato. De acordo com ele, essas leituras eróticas trazem à tona o momento social em que vivemos, que permite discutir de forma livre posicionamentos diante do sexo e, mais importante, do prazer, desmistificando o ato e o assunto.


Só para mulheres

Ao longo dos anos, as mulheres foram reprimidas sexualmente, ao contrário dos homens, que sempre tiveram liberdade para fazer o que bem entendiam, inclusive trair suas companheiras sem nem ao menos precisar dar satisfações. Por isso, a curiosidade masculina com relação a esse tema não é tão grande. É o mulherio que sentia falta de poder se abrir com relação à sexualidade e às novas possibilidades. “Elas atingiram sua autonomia, têm liberdade e independência e não precisam mais dos homens. Esses livros, muito oportunos, apontam justamente questões voltadas para o público feminino, trazendo à tona sua emancipação. Elas se sentem muito mais livres para ter contato, falar e fazer sexo sem sentir vergonhas de si mesmas”, conta.



 Inspiração

Rosostolato afirma que os livros têm o poder de instigar a imaginação e que, por terem contato com novas ideias, as mulheres começam a experimentar atitudes às quais, até então, não se permitiam. “Elas podem usar as cenas descritas nos livros para fazer sugestões ao parceiro, inserindo posições e instrumentos diferentes à relação”, diz.

Mesmo com a curiosidade à flor da pele, o psicoterapeuta orienta a conversar com o parceiro. “Se existe uma concordância entre o casal, e desde que o sexo não seja pautado no sofrimento alheio, tudo é permitido. Tem que ser prazeroso para os dois”, insiste.

De acordo com Rosostolato, as mulheres estão levando os enredos para dentro de suas casas, o que é ótimo: “estamos quebrando paradigmas. Acho que já há muito tempo poderíamos ter feito isso, mas daqui para frente, teremos um crescimento desse tipo de leitura, trazendo mais liberdade sexual”, diz.

Bjus, shey!
Postado por Sheyla Rodrigues

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